ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 227-2


Poster (Painel)
227-2Utilização de Fusarium solani no biocontrole experimental de Tityus serrulatus – escorpião amarelo
Autores:Makita, M.T. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Abreu, D.P.B. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Guedes, A.P.F. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Navarro, D.S. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Campos, S.G. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Baroni, F.A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

O envenamento por escorpiões é considerado como uma doença negligenciada no Brasil por ser um problema crescente e afetar vários estados do país. A espécie em destaque no Brasil é o Tityus serrulatus. O veneno possui ação sobre o sistema simpático e parassimpático, resultando em cardiotoxidade e neurotoxidade, trazendo muito desconforto e, principalmente em crianças, podendo levar a morte. Por ser um problema de saúde pública, há a preocupação de encontrarmos novas soluções para esta ameaça. Os fungos foram os principais patógenos utilizados no controle de muitos insetos. A partir de relatos de Fusarium solani infectando escorpiões, surge a proposta da experimentação In vitro. No projeto, F. solani foi testado frente a escorpiões da espécie T. serrulatus. Nossa proposta inicial foi trabalhar com 4 grupos de 10 escorpiões e um grupo controle. Cada grupo recebeu o tratamento de uma forma específica. O primeiro grupo teve a exposição através de placas de Petri contendo biomassa fúngica. As bases de cada placa de Petri foram fixadas nas porções inferiores das tampas de cada caixa. O segundo grupo recebeu uma aspersão com conídios fúngicos. Os escorpiões foram imobilizados com uma pinça e foi aspergida a suspensão fúngica, até terem toda a superfície molhada. O terceiro grupo foi exposto a biomassa fúngica em frascos Becker. O fungo foi desenvolvido no fundo dos frascos Becker e os escorpiões do grupo foram colocados em seu interior durante 30 minutos, havendo 4 exposições com intervalos de uma semana. O quarto grupo foi exposto a biomassa fúngica cultivada em caixas de transporte de ovos. As caixas de ovos foram colocadas invertidas no interior das caixas dos escorpiões, para serem utilizadas como abrigo. Os exemplares mortos eram recolhidos, fragmentados e inoculados em Ágar Sabouraud para reisolamento. Em 65% dos casos houve o reisolamento de Fusarium solani. No primeiro grupo, dos 10 escorpiões, 5 foram a óbito, no grupo 2 – 5 exemplares, no grupo 3 – 3 exemplares, no grupo 4 – 5 exemplares. Ao todo, dos 40 indivíduos iniciais, 18 foram encontrados mortos nas caixas de F. solani e apenas 3 na caixa do grupo controle. A espécie estudada promoveu o óbito de 45% os escorpiões testados. Os ensaios mais eficientes foram a aspersão de conídios fúngicos e a exposição de escorpiões a biomassa fúngica em placas de Petri. Esta espécie fúngica é considerada oportunista no homem, encontrando-se diversos relatos de casos em medicina humana e veterinária. Em nossos experimentos, sua colônia era pura, sem outros concorrentes fúngicos, fato nem sempre ocorrente na natureza. Acreditamos que esta espécie é promissora no biocontrole de escorpiões, cabendo investigar a aplicabilidade de sua biomassa para eficácia de resultados nos diversos ambientes onde os mesmos se encontram. Além disso, sua patogênicidade ao homem é outro fator preocupante a ser considerado no uso desta espécie no biocontrole dos escorpiões.


Palavras-chave:  Controle Biológico, Escorpião Amarelo, Fusarium solani, Tityus serrulatus